A inadimplência sempre foi e sempre será um tema palpitante na gestão financeira de uma empresa, seja ela uma escola, um comércio ou uma indústria e, por um motivo muito simples…. quanto maior a inadimplência, menor é o resultado gerado pela empresa, prejudicando sensivelmente a sua capacidade de investimento, o seu capital de giro, bem como o retorno para os investidores.
No caso da inadimplência educacional já está claro que a principal causa dela é o desemprego do responsável financeiro, o qual pode ser o pai ou o próprio aluno. Neste sentido, vale lembra que o estudante da Instituição de Ensino Particular faz parte da classe média, seja ela classe média alta, média ou baixa, e ele sabe que a garantia do emprego dele ou mesmo a continuidade da sua pequena ou média empresa depende de uma educação de qualidade. Atualmente o pai precisa se atualizar constantemente para garantir o emprego ou a continuidade da sua empresa , enquanto o filho precisa estudar para ter alguma chance de competir no mercado de trabalho ou mesmo para empreender com sucesso.
O emprego ou o crescimento da pequena empresa por sua vez dependem intimamente do crescimento do país, crescimento este medido pelo PIB. Além disso, o crescimento do país também está intimamente ligado á taxa de juros e com o índice da inflação, haja vista que estes são os principais indicadores do desempenho da economia, ou seja, do crescimento econômico do país.
Assim, quando falamos em inadimplência, temos que falar em desemprego e para falar em desemprego temos que analisar o crescimento do país ou da região em que estamos inseridos, pois estes fatores são determinantes para identificarmos como se comportará a inadimplência nos anos futuros.
As perspectivas para 2007 e 2008 eram muito boas, pois o país vinha em um ritmo de crescimento muito bom e a economia mundial caminhava sem maiores problemas, tanto assim que vimos os índices de inadimplência diminuírem e a recuperação de créditos aumentar.
Todavia as perspectivas para 2009 não são tão promissoras e o motivo é a famosa crise americana. Os EUA são os principais consumidores do mundo, o que por si só já explica o que pode acontecer quando o seu principal e maior cliente deixa de comprar. As bolsas de valores já caíram mais de 30% este ano e o dólar subiu na mesma proporção.
Desta maneira, acreditamos que o crescimento da economia vai desacelerar, caindo dos atuais 6% para, no máximo, 4% em 2009. Com isso , o desemprego vai aumentar, aumentando diretamente a inadimplência , que poderá subir algo em torno de 30% em 2009, ou seja, a empresa que tem uma inadimplência de 5% poderá apresentar em 2009 um percentual de 6,5% ou 7%, a empresa que tem uma inadimplência de 10% poderá chegar a 13% ou 14%.
As taxas de juros também devem aumentar em função do aumento do risco de inadimplência por parte dos tomadores de empréstimos e pela escassez de recursos no mercado em função da crise americana, reduzindo a capacidade produtiva das empresas, pois ela precisam de empréstimos para poder produzir. As empresas, portanto, produzirão menos, o que irá impactar na inflação que poderá subir significativamente no ano que vem, pois faltarão mercadorias para atender a demanda crescente de produtos.
E o que fazer ? Fica difícil lidar com uma situação destas, mas algumas ações podem ajudar bastante a empresa a passar por este período de vacas magras, tais como: reduzir de custos; diminuir investimentos; tentar aumentar a base de clientes; procurar melhorar a qualidade dos produtos e serviços; melhorar o relacionamento com os atuais clientes, fidelizando-os; aumentar o rigor na concessão de crédito; terceirizar a cobrança amigável e judicial.
Em suma, o empresário brasileiro deve sim se preparar para enfrentar tempos difíceis durante o ano de 2009, pois o Brasil será definitivamente afetado pela crise americana que irá contaminar as economias do mundo inteiro.